Hoje, dia 23 de setembro de 2011, um dos maiores eventos mundiais do ramo musical volta a fazer jus ao nome – pelo menos na questão geográfica: Rock in Rio. Este retorna ao berço envolto em polêmicas quanto à escolha das atrações. Tudo bem que é difícil agradar à gregos e troianos, mas este terceiro evento no Brasil resolveu ceder em demasia aos modismos efêmeros, aparentemente seguindo o direcionamento comercial feito pela indústria fonográfica.
Fazendo uma retrospectiva histórica do evento, no primeiro Rock in Rio, em janeiro de 1985, além das atrações reconhecidas no cenário mundial da música muitas pessoas puderam ouvir pela primeira vez artistas que eram desconhecidos até aquele momento e que intercalavam-se com a supremacia de artistas consagradas como Queen, AC/DC, Scorpions entre outros. Óbvio que o momento histórico era outro. Estavámos recém-saídos de uma ditadura militar e o evento servia também para extravasar os sentimentos oprimidos pelos militares. Somava-se a isso o fato de que os shows internacionais eram raríssimos por aqui. Nosso rock nacional revezava-se nos primeiros lugares do topo das paradas musicais. Esta primeira edição, porém, deixa um legado musical de artistas antes pouco conhecidos em nossa terra como Whitesnake e a cantora de ópera Nina Hagen, que surpreendeu o Brasil com o seu visual diferente e sua voz potentíssima. Registra-se que nessa primeira edição do Rock in Rio também tivemos artistas populares como Elba Ramalho, Erasmo Carlos, Alceu Valença, Baby Consuelo e Pepeu Gomes e o corajoso Ney Matogrosso que abriu o festival no dia em que iriam se apresentar ‘somente’ Iron Maiden e Queen.
Nina Hagen - Rock in Rio 1985
Queen - Rock in Rio 1985
The B-52's - Rock in Rio 1985
Barão Vermelho - Rock in Rio 1985
Na segunda edição em 1991 repete-se a mesma fórmula que tinha dado certo na primeira: artistas renomados e também nomes desconhecidos para o público brasileiro como no caso do grupo inglês Happy Mondays que tocava um rock mais alternativo e o próprio Faith no More que se consolidou como uma das bandas mais cultuadas na época, além de Queensryche banda americana que faria seu primeiro show no Brasil na noite de Heavy Metal. O público não conhecia o repertório, mas adorou a performance da banda ao vivo e, posteriormente, o Queensryche voltaria ao Brasil para diversos outros shows. Não faltaram atrações populares como Moraes Moreira, Roupa Nova, Elba Ramalho, Ed Mota, George Michael, Information Society e a ‘boy band’ New Kids On The Block.
Guns N' Roses - Rock in Rio 1991
Faith No More Rock in Rio 1991
Em 2001, em seu terceiro momento no Brasil, o Rock in Rio começava a demonstrar em suas atrações que a transição do rock para o pop era irreversível. O chamado ‘pop rock’ iria se transformar em regra e não em exceção. Além disso, o evento musical perderia a característica de um festival feito não apenas para entreter, mas que também apresentava para o público novidades musicais. A única banda que surgiu para o público brasileiro arregimentando posteriormente inúmeros fãs foi o Queen of the Stone Age. Abriu-se um espaço maior para os sucessos juvenis da época como Sandy e Júnior, ‘N Sync, Britney Spears e Five.
R.E.M - Rock in Rio 2001
Red Hot Chili Peppers - Rock in Rio 2001
Oasis - Rock in Rio 2001
Voltando ao evento que inicia-se hoje, nota-se que a tarefa de reunir vinte nomes de peso do rock mundial é extremamente difícil. O rock atualmente está muito mais presente no cenário alternativo e quem o conhece aprofundadamente pertence a um grupo restrito. A própria mídia não possui interesse algum em valorizar o rock como acontecia há trinta anos e criou-se um verdadeiro hiato com o envelhecimento natural dos grandes artistas. Além disso, as nossas bandas de rock dos anos 80 faziam uma diferença enorme quando comparadas com o cenário atual da música brasileira. A soma desses fatores é o retrato dos artistas que irão se apresentar neste Rock in Rio 2011. São figurinhas repetidas para o público. É o mais do mesmo. Teremos, na verdade, a coroação do pop e o enterro do rock.
Do jeito que a coisa vai, quem sabe no próximo Rock in Rio não teremos atrações como Calcinha Preta, Calypso, o pagodeiro Thiaguinho e Luan Santana? Será que poderemos ter saudades de Cláudia Leite e Ivete Sangalo? Bom, o tempo dirá. Enquanto isso, desejo um axé para os roqueiros e... VIDA LONGA AO ROCK N’ ROLL!
É verdade mesmo. Tem muitos gringos lá que nem sabem que o Rio de janeiro é a capital do Brasil. Pelo menos serve pra divulgar nosso país, senão vão pensar que só tem índio e selva aqui. Viva o Rock!
ResponderExcluirGláucia
ResponderExcluirMinha cara anta, o Rio de Janeiro NÃO é a capital do Brasil!!!
e tem muita gente burra aqui que nem sabe que Brasilia é a capital do Brasil.
ResponderExcluirEsse é o Brasil galera,aposto com você que essa tal de Glaucia não é a unica sem saber a capital de noso maravilhoso e corrupto pais!Vivemos hoje uma ditadura cultura que parece não ter fim!E cada vez mas a alienação e o cmodismo vai se tornando parte da população que a mais ou menos apenas 15 anos atras lutavam por nosso direito de cidadões!
ResponderExcluirNem iria me surpreender se em 2013(ano do próximo Rock in Rio aqui) tivermos Mr.Catra,Mulheres-fruta e afins!
ResponderExcluirEm tempo,aos 7 anos eu estive no Rock in Rio em 1991! Fui com meu pai no dia do metal! Inesquecível! Nunca mais vou esquecer o Maraca tremendo daquele jeito! Sou uma metaleira desde a barriga da minha mãe!
Agora que vi aqui! A infeliz que disse que o Rio é a capital do Brasil! Em que planeta ela vive?!
ResponderExcluirConcordo que nosso rock nacional está péssimo, somos guiados apenas pelo antigos. Porem o rock in rio trouxe varias bandas bem bacanas de rock e deixou o espaço do pop separado em certos dias. Ainda bem, pois já pensou se acontecesse um iron maiden seguido de carlinhos brown novamente?
ResponderExcluirprint na Gláucia ahushuahsuhauhsuhauhs
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