sábado, 30 de julho de 2011

O INFERNO ASTRAL DE DILMA

            
Como se não bastasse toda a limpeza que está sendo feita no Ministério dos Transportes, a presidenta Dilma enfrenta agora uma nova onda de acusações de corrupção envolvendo o Ministério da Agricultura. Além disso, em recente declaração, o seu ministro da defesa Nelson Jobim afirmou categoricamente que não votou na sua superior institucional. São exemplos claros de que muita coisa vai mal pelos arredores do Palácio do Planalto. E o pior é que são ministérios liderados por um partido que é a maior força aliada de Dilma Rousseff, o Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB).

sábado, 23 de julho de 2011

AMY WINEHOUSE: MAIS UM EXEMPLO DE UMA TRISTE AUTODESTRUIÇÃO

Sou um músico frustrado e chato. Para me convencer de que algo musicalmente é bom é muito difícil – que o digam aqueles que me conhecem. Desconfio de bandas e artistas “pré-fabricados”. Mas com Amy Winehouse foi diferente. Ela conseguiu quebrar paradigmas na música do século XXI.

quinta-feira, 7 de julho de 2011

TÁ QUERENDO ME ENGANAR É?... QUANDO AS PALAVRAS NÃO SÃO O QUE REALMENTE DEVERIAM SER

Durante a década de 80, existia um clássico comercial no qual um garotinho, mesmo de olhos vendados, era capaz de identificar o produto original que ele aprecia. Mesmo os outros produtos tendo o mesmo formato, pareciam, mas não eram o verdadeiro. Assim também ocorre na história política. Façamos, então, um paralelo (guardada as proporções, obviamente) entre a Alemanha do início do século XX e o Brasil de hoje.

Em 1920 é fundado o Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães(Nationalsozialistische Deutsche Arbeiterpartei – NSDAP), com a colaboração de Adolf Hitler. A Alemanha encontrava-se arrasada, humilhada após a 1ª Guerra Mundial, principalmente com as determinações do Tratado de Versalhes. O nome do partido que nascia, reacendia uma esperança no povo alemão e por si só levaria à idéia de uma sociedade justa e igualitária. Uma verdadeira congregação do povo alemão. Mas, o que se percebe nos vinte e cinco pontos constantes no estatuto do partido, na verdade, é que a palavra socialismo é usada apenas de maneira eufemista para se atingir os verdadeiros objetivos nazistas. Esta afirmação fica evidenciada no item 4 do  estatuto do NSDAP:

4.      Só pode ser cidadão o que for irmão de raça (Volksgenosse - companheiro de povo). Só pode ser do nosso povo (Volksgenosse) quem tiver sangue alemão, sem consideração da religião. Nenhum judeu pode, assim, ser companheiro de povo (Volksgenosse).

            A expropriação de terras, a fim de dividi-las entre os alemães, eram somente as dos judeus e de povos de outras etnias. Que igualdade é esta? Que socialismo é esse?

            Bom, mas aqui no Brasil recentemente tivemos experiência que, se nos distancia do que foi o nazismo, nos aproxima em relação à tentativa do “parece, mas não é”. 

          Refiro-me ao Partido da República (PR) fundado em 2006 da fusão de dois partidos: o PL (Partido Liberal) e o PRONA (Partido de Reedificação da Ordem Nacional) e que hoje se encontra envolvido em acusações de superfaturamento, desvio de verbas, tráfico de influência e tantas outras. 
           
O termo República vem do latim res publica, ou seja, coisa pública. Temos que ter o cuidado, zelar, cumprir nosso papel como cidadãos para resguardar o que é de TODOS. Ou o que seria de todos. Portanto, ao se auto intitular Partido da República, deveria assumir um compromisso real no cuidado da coisa pública. Mas fica a certeza que o nome é apenas um detalhe, ainda mais sendo o presidente do partido o ex-ministro dos transportes, atualmente o centro de todas as denúncias da sujeira que envolve os noticiários políticos do país. E ele sai para assumir o seu mandato no Senado. Será que irá cumprir com afinco as ideologias do seu partido, principalmente o princípio que diz que o “Partido da República, que tem por base proteger o patrimônio público (res publica), defende um projeto de nação assentado em nossa soberania e nos valores nacionais, com destaque à liberdade, ao desenvolvimento e à justiça social? (grifo nosso)

            Mas o que esperar de um partido que possui em seus quadros figuras como Valdemar Costa Neto (escândalo do mensalão), Anthony Garotinho (escândalo das ONGS no Rio de Janeiro), Inocêncio Oliveira (escândalo no departamento de obras contra a seca), Blairo Maggi (escândalo dos "aloprados") e... Tiririca! E assim, o PR segue escandalizando o Brasil.

          Ouso dizer que, infelizmente, não foi a primeira e tampouco será a última vez que sofreremos um ‘estelionato partidário’. Mas é assim. Nomes bonitos e impactantes, de partidos que não representam absolutamente nada quando suas práticas não são condizentes. Figuram apenas como um mero markentig publicitário. 

Mas vejamos o lado positivo: estamos em processo de amadurecimento da nossa democracia. Talvez o termo República seja interpretado de maneira diferente para os membros do PR, assim como o termo socialista para os alemães de Hitler. Sendo assim, fica a dica: da próxima vez não se deixe enganar. O produto pode não ser Sadia!


                       Publicidade da Sadia nos anos 80


OBS: Cabe frisar que o mesmo Sr. Alfredo Nascimento, ex-ministro, como presidente do Partido da República, terá direito de indicar o seu substituto. Se será acatado, é outra história. Mas como a política depende de uma ‘inabalável’ base aliada...

   

domingo, 3 de julho de 2011

LEGADO DO GOVERNO ITAMAR FRANCO: DOIS ANOS QUE CONSOLIDARAM A POLÍTICA E A ECONOMIA CONTEMPORÂNEA BRASILEIRA

A primeira morte de um presidente pós-ditadura militar, reacende a verdadeira importância de seu governo e o seu legado enquanto ocupante do cargo mais importante do país. Independente de qualquer divergência política, Itamar Franco entrou para a história do Brasil por ter sido ele o responsável pela consolidação de dois aspectos que pareciam incorrigíveis naquele início dos anos 90: o político e o econômico.

Politicamente, o país em 1989 foi às urnas após um governo desastroso de José Sarney (1985-1989), que, para se ter uma ideia, nos deixou com uma inflação de 84% ao mês, com a esperança que um novo momento havia chegado e que era a hora do Brasil diminuir o seus problemas internos e externos.  Fernando Collor de Melo ganhou as eleições e menos de dois anos depois as denúncias de corrupção que assolavam o seu governo foram suficientemente fortes para que se decretasse pela primeira vez na história do país um processo de impeachment sobre o maior representante da República. Não tendo outra saída, Collor renuncia e o vice-presidente Itamar assume. Muita tristeza e decepção para milhares de brasileiros que depositaram a sua confiança em um retorno triunfante da democracia.

Sabiamente, uma das primeiras ações de um desconhecido Itamar para os brasileiros, mas já um experiente político de Minas Gerais, foi uma reunião convocada por ele na qual estavam presentes todos os presidentes dos partidos políticos do país. Sabia ele que o apoio de uma ampla maioria seria fundamental para a governabilidade naquele momento. Como os representantes dos partidos se recusaram a propor uma nova eleição, acabaram por firmar, mesmo alguns tacitamente com Itamar, um apoio para o restante do mandato presidencial. O mais difícil ele tinha conseguido. E dessa forma o Brasil respirava aliviado por não ver aumentar ainda mais a instabilidade política. E nesse alvoroço político, obedecendo aos ditames constitucionais, ainda foi realizado um plebiscito em 1993 para escolher a forma e o sistema de governo. Resultado: a maioria confirmou o regime republicano e o sistema presidencialista.

Na esfera econômica o presidente Itamar Franco foi de ator principal a coadjuvante, graças ao seu ex-ministro da fazenda Fernando Henrique Cardoso, que promoveu-se muito mais do que deveria como a figura mais importante do Plano Real em 1994. Ora, vaidoso como ele é, Fernando Henrique esqueceu-se de que estava ali graças a uma conjuntura política. E o presidente que ali se encontrava era Itamar Franco. Se hoje as novas gerações não sentem na pele, no estômago e nos bolsos o que é uma inflação incontrolável, a semente plantada foi no governo Itamar.

Percebemos que os fatos eram totalmente desfavoráveis para um desfecho pacífico e que resultasse em uma certa estabilidade política e econômica para a nação. Mesmo assim, o Brasil conseguiu superar obstáculos que na visão dos países ditos desenvolvidos, seria mais um exemplo nítido de insucesso de um país latino-americano.

Dificilmente o nome de Itamar será associado a “maracutaias”, desvios de dinheiro público ou qualquer ato de improbidade administrativa. Ele, concordando com o que dizia ou não, tinha atitude. Falava o que pensava. Hoje está cada vez mais raro encontrar um político com essa atitude, em um mundo marcado pelo politicamente correto e baseado em troca de favores.

Alguém pode perguntar: mas durante o seu governo não houve erros? Lógico que sim. Mas com certeza, em apenas dois anos os acertos foram fundamentais para um redirecionamento político e econômico do país. Depois do governo Itamar o Brasil respirou aliviado e disse: “Ufa! Essa foi por pouco!”.

OBS: Mesmo com a falta que Itamar fará no Congresso Nacional, cabe aqui frisar que não compactuo com a visão da conceituada historiadora Maria Aparecido de Aquino ao dizer que o “Brasil possui uma dívida com o Itamar”. Acredito que a palavra certa não seja “dívida”. Temos que reconhecer que ele foi um político que pautou a sua vida pública em defesa de uma melhoria concreta e não apenas em discursos falaciosos. Afinal de contas, ética, honestidade e a defesa da melhoria de vida dos cidadãos brasileiros não seriam posturas obrigatórias de quem nos representa?

OBS2: Quem assumirá o lugar de Itamar Franco no Senado será Zezé Perrella, presidente do Cruzeiro Esporte Clube. É a mudança da “água para o vinho”. Se tiver curiosidade, vá ao Google e digite simplesmente “Zezé Perrella é acusado” ou “Zezé Perrella é investigado”, que você conhecerá um pouco mais sobre o substituto de Itamar Franco.