Durante a década de 80, existia um clássico comercial no qual um garotinho, mesmo de olhos vendados, era capaz de identificar o produto original que ele aprecia. Mesmo os outros produtos tendo o mesmo formato, pareciam, mas não eram o verdadeiro. Assim também ocorre na história política. Façamos, então, um paralelo (guardada as proporções, obviamente) entre a Alemanha do início do século XX e o Brasil de hoje.
Em 1920 é fundado o Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães(Nationalsozialistische Deutsche Arbeiterpartei – NSDAP), com a colaboração de Adolf Hitler. A Alemanha encontrava-se arrasada, humilhada após a 1ª Guerra Mundial, principalmente com as determinações do Tratado de Versalhes. O nome do partido que nascia, reacendia uma esperança no povo alemão e por si só levaria à idéia de uma sociedade justa e igualitária. Uma verdadeira congregação do povo alemão. Mas, o que se percebe nos vinte e cinco pontos constantes no estatuto do partido, na verdade, é que a palavra socialismo é usada apenas de maneira eufemista para se atingir os verdadeiros objetivos nazistas. Esta afirmação fica evidenciada no item 4 do estatuto do NSDAP:
4. Só pode ser cidadão o que for irmão de raça (Volksgenosse - companheiro de povo). Só pode ser do nosso povo (Volksgenosse) quem tiver sangue alemão, sem consideração da religião. Nenhum judeu pode, assim, ser companheiro de povo (Volksgenosse).
A expropriação de terras, a fim de dividi-las entre os alemães, eram somente as dos judeus e de povos de outras etnias. Que igualdade é esta? Que socialismo é esse?
Bom, mas aqui no Brasil recentemente tivemos experiência que, se nos distancia do que foi o nazismo, nos aproxima em relação à tentativa do “parece, mas não é”.
Refiro-me ao Partido da República (PR) fundado em 2006 da fusão de dois partidos: o PL (Partido Liberal) e o PRONA (Partido de Reedificação da Ordem Nacional) e que hoje se encontra envolvido em acusações de superfaturamento, desvio de verbas, tráfico de influência e tantas outras.
O termo República vem do latim res publica, ou seja, coisa pública. Temos que ter o cuidado, zelar, cumprir nosso papel como cidadãos para resguardar o que é de TODOS. Ou o que seria de todos. Portanto, ao se auto intitular Partido da República, deveria assumir um compromisso real no cuidado da coisa pública. Mas fica a certeza que o nome é apenas um detalhe, ainda mais sendo o presidente do partido o ex-ministro dos transportes, atualmente o centro de todas as denúncias da sujeira que envolve os noticiários políticos do país. E ele sai para assumir o seu mandato no Senado. Será que irá cumprir com afinco as ideologias do seu partido, principalmente o princípio que diz que o “Partido da República, que tem por base proteger o patrimônio público (res publica), defende um projeto de nação assentado em nossa soberania e nos valores nacionais, com destaque à liberdade, ao desenvolvimento e à justiça social? (grifo nosso)
Mas o que esperar de um partido que possui em seus quadros figuras como Valdemar Costa Neto (escândalo do mensalão), Anthony Garotinho (escândalo das ONGS no Rio de Janeiro), Inocêncio Oliveira (escândalo no departamento de obras contra a seca), Blairo Maggi (escândalo dos "aloprados") e... Tiririca! E assim, o PR segue escandalizando o Brasil.
Ouso dizer que, infelizmente, não foi a primeira e tampouco será a última vez que sofreremos um ‘estelionato partidário’. Mas é assim. Nomes bonitos e impactantes, de partidos que não representam absolutamente nada quando suas práticas não são condizentes. Figuram apenas como um mero markentig publicitário.
Mas vejamos o lado positivo: estamos em processo de amadurecimento da nossa democracia. Talvez o termo República seja interpretado de maneira diferente para os membros do PR, assim como o termo socialista para os alemães de Hitler. Sendo assim, fica a dica: da próxima vez não se deixe enganar. O produto pode não ser Sadia!
Publicidade da Sadia nos anos 80
OBS: Cabe frisar que o mesmo Sr. Alfredo Nascimento, ex-ministro, como presidente do Partido da República, terá direito de indicar o seu substituto. Se será acatado, é outra história. Mas como a política depende de uma ‘inabalável’ base aliada...
A verdade é que o Amazonas ele esqueceu,a nossa Br 319 continua a mesma coisa,e agora quem poderá me defender grita o povo Amazonense, pois que estava lá pra defender não o defendeu,Hoje penso que é melhor ficar como Senador o João Pedro,ele sai do Ministério e fica por isso mesmo,PR Partido que Rouba.
ResponderExcluirAtos ensinam mais que palavras. Duvido que o povo compre essa "mercadoria" novamente... Estamos torcendo para que o Governo Dilma faça uso da ética e da coerência.
ResponderExcluirAbraços Fraternos!
Infelizmente o cenário político brasileiro ainda se encontra deste modo. Escândalos políticos vêm desde o 'achamento' do Brasil - sempre houve aqueles os quais procuravam se aproveitar da população e do poder; e continuará assim a menos que a povo mostre sua força. Onde está a população que lutava ativamente pelos seus direitos?
ResponderExcluirAbraços!
Excelente artigo, amigo. Façam as suas as minhas palavras. Continue escrevendo! Abs...
ResponderExcluirEduardo Homem de Carvalho