Sou um músico frustrado e chato. Para me convencer de que algo musicalmente é bom é muito difícil – que o digam aqueles que me conhecem. Desconfio de bandas e artistas “pré-fabricados”. Mas com Amy Winehouse foi diferente. Ela conseguiu quebrar paradigmas na música do século XXI.
Lembro-me bem da primeira vez que escutei sua voz. Fiquei perplexo com o timbre e com a musicalidade ímpar daquela cantora. Não sabia se era negra, branca, gorda ou magra. Só fiquei hipnotizado pelo som que vinha na contramão de tudo que estava em sucesso naquele momento em um mundo padronizado e repetitivo, baseado praticamente em um mesmo estilo - vide Beyoncé, Rihanna, Black Eyed Peas e etc.
Diferentemente de cantoras que apelam para um lado sensual beirando o erótico, Amy se destacava pelo dom musical. Simplesmente isso. Mas, infelizmente era uma pessoa doente. Alguns diziam ser markenting, mas não: Amy era realmente doente. E desde cedo teve uma vida familiar conturbada, que em nada colaborava para um futuro melhor. O vício fazia com que ela se autodestruísse pouco a pouco, colocando o seu talento em segundo plano. E assim se seguiu. Um processo sem volta... que hoje, teve o seu fim.
Amy Winehouse, além de deixar um legado musical inconteste, nos deixa também vários questionamentos reanimando discussões sobre drogas lícitas ou ilícitas, sobre o seu uso entre os jovens, sobre legalizar ou não o uso da maconha, se uma pessoa pode ser feliz sem o uso de qualquer tipo de entorpecente. Poderá uma pessoa ser infeliz e jogar fora o seu talento, a sua família, enfim, abrir mão das pessoas às quais ama e daquelas que lhe amam verdadeiramente em busca de uma momento ‘irreal’, entorpecido?
Amy, com apenas 27 anos de vida, com certeza, não só diria como deixou bem claro em suas ações: sim, nós podemos nos destruir! E ela, infelizmente, não será a última a ter esse triste fim.
OBS: Tenho DVD da Amy Winehouse. Acho um espetáculo! Mas deixo para vocês alguns vídeos que considero os melhores dessa artista. São acústicos nos quais é possível perceber que esta não era mais uma artista “pré-fabricada” musicalmente, mas possuía o dom da música. O dom da arte de cantar.
Rehab
I'm no good
pena pela morte dea amy.ela realmente era uma cantora espetacular!
ResponderExcluirBela homenagem!!!!!
ResponderExcluirVlw pela dica do link.
Jordam
Há pessoas que vêm ao mundo para se tornar lenda. Amy é uma. O importante é separar sua arte de seus devaneios. Contudo, ela foi vítima do amor que viveu e sem esses devaneios não sei se teria composto suas músicas com a mesma genialidade. Gostei das suas posições a respeito. SirPipa
ResponderExcluirComo você falou, talento incontestável, não era uma artista midiática ou artificial como Ivete Sangalo ou Britney Spears, tinha uma voz absurda.
ResponderExcluirCássia Eller também tinha. Elis Regina idem. E como Amy, todas eram doentes e não controlaram seus vícios.
Deixam como legado o exemplo de que usar drogas é um erro.
Eu lamento mais o freak show que se tornou a exibição de seus últimos momentos, fruto de vício que ela não controlou (não se tratou!), do que a morte em si. Era algo já anunciado, ela se matou fazia muito tempo. Sábado veio somente a confirmação disso.
Obrigado pela boa leitura.
Excelente homenagem a uma das cantoras mais completas que já tivemos. Mesmo com todos seus altos e baixos ela nos deixou um legado musical incontestável. Adorei a leitura!
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