quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

FESTA DE UM POLÍTICO, VELÓRIO PARA A POLÍTICA: CADA ESTADO TEM O JADER BARBALHO QUE MERECE


        Todo Réveillon é a mesma coisa: a grande maioria se veste de branco, faz oferendas, ora, reza enfim, pede para que o ano seguinte seja melhor e diferente do que foi o anterior. Pedimos paz, saúde, felicidade, dinheiro (porque não?), que nossos representantes políticos sejam honestos, que a nossa justiça seja atuante e que todos sejam rigorosamente iguais perante a lei e etc., etc., etc... Mas infelizmente nesse fim de ano a nossa política veste-se de preto, enlutada pelo retorno de Jader Barbalho ao Senado Federal.

       O que esperar de um país quando uma população pobre, carente de todos os recursos possíveis resolve votar em um determinado político que se aproveita dessa situação de pobreza? O que esperar de um político que sofre inúmeras acusações de corrupção e malversação de dinheiro público e que fica imune devido à lentidão da nossa Justiça? Os defensores dirão: “fez-se justiça à vontade da maioria da população”. Na minha opinião isso é o que se poderia chamar de democracia suja.

         Das inúmeras acusações que recaem sobre Jader Barbalho, o caso da Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (SUDAM) foi o mais emblemático e que reunia todos os elementos para que Jader fosse condenado. Jader fora acusado de ser o líder de uma organização criminosa que contava com 24 pessoas para fraudar a SUDAM. Jader permaneceu 1 dia na prisão, pois teve o seu habeas corpus concedido. Com medo de ser cassado, renunciou em 2001. Mas em 2005 o processo foi arquivado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e o caso encerrado.



        Mas já que o STF decidiu que o caráter e a retidão de uma pessoa que ingressa como representante político só ficará valendo a partir das próximas eleições, nos restou apenas assistir a impunidade sorrir abertamente e fazer caretas de nossa perplexidade e revolta. E pasmem: Jader Barbalho, em sua primeira entrevista como senador empossado, afirmou que é favorável à ficha limpa. Seria cômico se não fosse trágico!

         Que fique claro – como está no título deste artigo – que o Jader Barbalho não é problema isolado do Pará. Trata-se de uma “metástase política” em nosso país. Todos os Estados da nossa federação possuem um “Jader Barbalho”, se é que vocês me entendem.

            Enquanto isso, não custa nada reforçar que cabe a nós mesmos refletirmos sobre as nossas ações como cidadãos e partícipes da política. Ao longo de nossa história política percebe-se que não somente o voto é a única arma da cidadania. Ele é importante, mas inúmeros exemplos demonstram que esta arma ultimamente tem sido usada contra nós mesmos. Precisamos de outras munições para tentar evitar o enterro de nossa política. Velando-a, já estamos. 

 
                                           Será que o deboche se resumiu ao filho?

2 comentários:

  1. ótima postagem, caro Arthur. Eu sinceramente não acredito mais no sistema republicano de governo para o Brasil. Sou Monasquista convicto há anos e vejo na separação dos cargos de Chefe de Governo e Chefe de Estado uma ótima arma contra tudo isso. É necessário alguém (o Imperador) que esteja como representante máximo na Nação e dos cidadãos, alguém supra partidário que possa decidir pelo povo no uso de suas atribuições competentes (Poder Moderador). Vantagens da Monarquia sobre a República tem em cachos... dê uma olhada neste meu blog e conheça um pouco a Causa:
    http://brasilmonarquico.blogspot.com/

    Um abraço e Feliz 2012!

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  2. Sou professora da rede pública há anos,tenho um salário de bosta,sim ,de bosta,pq não existe um só cidadão,FDP ou não ,que não tenha passado pelas mãos de um professor. mas ultimamente a Educação passou a fazer parte do marketing eleitoreiro e a população assiste passiva a tudo isto.
    Sobre os governos nada a declarar (não tenho $$$ para sair da cadeia..) e Jader Barbalho e sua "cria" eu quero que se danem com toda a força da minha indignação.

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